FERROADAS E PICADELAS

DIZEM QUE A VINGANÇA É DOCE...,
À ABELHA, CUSTA-LHE A VIDA!
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"UMA BOA ABELHA, NÃO POUSA EM FLORES MURCHAS"
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"Os livros, são abelhas que levam o pólen de uma inteligência a outra."
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"TAL COMO AS ABELHAS, AS PALAVRAS TÊM MEL E FERRÃO"




domingo, 11 de julho de 2010

A MINHA PRIMEIRA CRESTA



Neste fim de semana quente, o domingo amanheceu fresco, o que terá ajudado naquilo que para mim. foi mais um dia a recordar, face àquilo que foi a grande experiência da minha primeira cresta. A minha primeira cresta, enquanto “aprendiz de apicultor”, e a primeira cresta no meu apiário.
São sete da manhã e, à chamada do José Vinagre, aí vamos nós, equipados a rigor para mais uma tarefa que, sendo “normal” para os mais experientes, era para mim, mais uma descoberta, nesta aventura que é a inserção gradual no admirável mundo da actividade apícola.
Para mim um hobbie e nada mais do que isso.
Chegados ao apiário, e iniciadas as tarefas inerentes à altura, eis que surge o primeiro dilema.

E aqui, fazemos um parênteses para lembrar que lamentamos agora, não termos convidado alguém já com experiência firmada, para nos coadjuvar nas tarefas, para nos ajudar nas situações que, estando quiçá dentro da normalidade, são para nós alvo de alguma dúvida e para as quais é necessário criar a solução adequada.
Assim, e neste capítulo, eis que nos surge a primeira dúvida.
No caso, e em duas colmeias, na meia alça, e por conseguinte sobre o ninho, encontrámos alguns quadros com bastante, diria mesmo, muita criação, alguma precisamente na fase de libertação “ saída das novas abelhas dos “casulos”.
Optámos por não mexer nestes quadros.
Porquê esta criação, na meia alça?
Será que era ainda cedo para fazermos a cresta (nestes casos) ?

Aprendemos com a experiência e certamente que, brevemente, teremos as respostas que ansiamos, Não só porque é com a experiência que vamos aprendendo, mas também porque contamos com as dicas dos nossos amigos apicultores. E, modéstia à parte, aquilo que pode parecer para muitos de menor importância, tem para nós um valor informativo e formativo de grande realce, face à aprendizagem que estamos a fazer dia a dia.
Voltando à cresta, e passada esta “surpresa” eis que a segunda se nos depara e esta, deixando-nos repletos de satisfação e alegria, algo de que tínhamos já algum conhecimento e que de algum modo já esperávamos, face às visitas e observações que vínhamos fazendo.
Os quadros encontravam-se completamente elaborados e com uma quantidade de mel que nos deixou repletos de satisfação.

Aqui, lembramos aquele nosso amigo que está a fazer a experiência de ganhar mais um quadro, reduzindo o espaço entre quadros.
Neste caso, parecemos que teria sido contraproducente porquanto, e se a situação fosse essa, penso que não teríamos quadros com tanto mel pois, e segundo informações que vimos colhendo, as nossas amigas criam o seu próprio espaço, o espaço ideal. Veja-se a criação de cera “suplementar”, quando por exemplo, o espaço inter quadros é demasiado largo, o que pensamos terá o efeito contrário, na situação inversa.
Retirámos os quadros, fazendo a respectiva limpeza das abelhas. Carregámo-los para casa onde, e aí sem abelhas e na maior das calmas passámos à verdadeira recolha do mel, tirando-o dos favos do respectivo quadro.
Sendo as nossas colmeias do modelo Langstroth, os quadros pesavam cerca de 2,9 / 3.00 kgs cada um, antes da respectiva “desmontagem”. Ao que parece, uma produção verdadeiramente satisfatória, mais ou menos 20 quilos por meia alça.
Sorte de principiante?
Talvez!

Porque sou principiante, e à falta do equipamento devido, principalmente um centrifugador, utilizámos o método artesanal, mais moroso e trabalhoso mas que não deixou de transformar esta manhã e apesar de tudo, numa manhã bem passada.
Retirámos, limpámos, filtrámos, embalámos e ….

E agora, que temos e fabricamos um bom pão…, vamos à prova.

Uma verdadeira delícia!
As nossas abelhas estão realmente de parabéns!
Produziram, provávelmente, o melhor mel da região…

7 comentários:

Abelha Preguiçosa disse...

Olá!
Não sei se é mania minha mas geralmente tenho preferência pelo mel escuro e esse aí parece ser bem escuro. Por acaso podem dizer de que planta(s) será?

Na minha opinião a criação na meia alça não quer dizer que fosse cedo, cedo seria se o mel a retirar ainda não estivesse feito nem selado. Tenho vindo a inclinar-me para a opinião de que o mel pode-se crestar a qualquer altura, logo que esteja feito e selado, e que seja em quantidade que compense ao apicultor fazer uma cresta. Aqui tem influência o numero de colmeias.
É claro que se se faz apenas uma cresta e se quer aproveitar o mais possível convém esperar que essa criação nasça e que as abelhas encham esse espaço com mel, tendo sempre em conta que isso não interfira com as provisões das abelhas para o inverno.
Por acaso nunca usei esse tipo de colmeia mas até tenho andado curioso.

Cumprimentos
Ricardo

Lopes disse...

Olá amigo Ricardo!.
Bem vindo ao nosso "espaço recreativo".
O mel, na nossa região, é oriundo duma flora espontânea regional variada.
Existe por aqui muito eucalipto, alguma laranjeira, e outras espécies como o alecrim, o medronho ou a urze, em quantidades menos significativas.
Encostados que estamos à serra da Lousã, o mel tem as características desta região, sendo escuro e de sabor forte.
A razão para esta cor característica em especial, é algo que ainda desconhecemos no concreto, mas que certamente será alvo de pesquisa e procura.
Cumprimentos.
Lopes

Anónimo disse...

Boa noite,
Lopes, sendo eu um principiante, podes dizer como extraiste o mel? Prensaste, escorreste os quadros, qual foi o metodo?

Obrigado,

João

Mário disse...

Amigos, parabéns pelo doce desfecho satisfatório e bastante produtivo, este ano parece ser em alta, e todos os que temos as abelhas como hobbie estamos de parabéns, as duvidas que vão surgindo e que quase nunca acabam, vão sempre condimentar o nosso gosto pela arte.
Abraços
Ferradelas

Lopes disse...

Meu caro João, quanto à situação de principiante e sendo que o é, estamos em igualdade de circunstâncias.
Quanto ao método de extracção do mel, talvez deva aqui corrigir ou melhor clarificar, o que disse no texto.
Quando disse que utilizámos o método artesanal, deveríamos ter dito que o equipamento utilizado era artesanal, à falta do equipamento adequado.
O método utilizado foi o da prensagem, sendo que a prensa foi algo adaptado à situação, e que atingiu os objectivos pretendidos.
Á boa maneira portuguesa, o que é preciso é desenrascar e foi o caso.
Foi uma boa ideia do Zé mas que, lá por ter ideias não é idiota...
Abraços
Lopes

Mário disse...

Amigo Lopes, a minha primeira cresta foi também com uma prensa, onde até muitos arames dos quadros foram prensados e tudo :), e não foi por aí que o mel desse ano não deixou de ser comido, o único que tenho é um simples frasco de recordação.
Ainda me lembro dizer por apicultores de outras datas que muitas crestas eram feitas com as mãos, depois uma simples filtragem e tunga, doce que te quero :)
O mais importante é termos a certeza do que consumimos, termos absoluta confiança de que não existe resíduos, químicos e outros, agora se é prensado, ou escorrido ou centrifugado, "pouco importa", é nosso e é bom!
(Gosto do vosso cantinho, pois os olhos com que vocês vêem a apicultura são da mesma graduação dos meus.)
Abraço
Ferradela

Mel Fonte Nova disse...

amigos Lopes e J.Vinagre quanto á situação de terem deparado com criação na meia alça a causa mais lógica foi a rainha precisar de espaço para a postura e ter os quadros do ninho todos cheios , então procurou quadros livres e com cera nova o que vinha mesmo a calhar mas .... pode haver outras causas .
até outro dia

MELFONTENOVA


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